Minha Belém…meu Pará

Sou paraense..nascida e criada em Belém, também conhecida ludicamente como a “cidade das mangueiras”. Amo o lugar onde moro! Quando fiz “vestibulinho” para transferir meu curso da Unama para UFPA, um dos temas de redação era escrever uma carta para Belém. Nem cogitei as outras opções e me “danei” à escrever para a cidade, como se ela fosse uma morena e eu um homem apaixonado. Modestia à parte, foi uma das coisas mais lindas que eu escrevi na vida, tanto que foi destaque no jornal da UFPA e durante um bom tempo, foi referência no curso de Letras. Não foi o “talento” pela escrita que me deu tal mérito, mas, certamente o amor que tenho pela minha cidade.
É claaaaaaroooo, que sei de suas tantas mazelas. Cidade suja, de povo mal educado, de clima praticamente “bipolar”, de comércio encarecido e tantos outros desgostos. Mas, pergunto: que cidade é perfeita? N-E-N-H-U-M-A, meus caros!
Minha terra não tem palmeiras, onde canta o sabiá, mas, tem mangueiras, onde os periquitos moram e fazem sua “sinfonia” ecoar pelo centro da cidade.Minha cidade não tem mar, mas, tem mil janelas pra beira-rio…e quando sinto saudade do mar, o resto do meu Pará me leva à praias paradisíacas!
Aqui respiro bem, passeio bem, como bem…e como como! Pato no tucupí, maniçoba, tacacá, caldeirada de filhote, açaí, bacaba, pupunha, cupuaçú, jambo,castanha…tanta variedade de coisas gostosas, que em nada perde pra tão famosa culinária francesa (que para mim, é mais fama do que paladar!).
Belém do sol “escaldante”, da chuva inusitada, que criou o costume da sombrinha na bolsa e dos encontro sempre “pós-chuva”. Belém do “égua, pai-d’égua, maninho, vumbora ” e tantas outras linguagens próprias, que só o paraense entende e sabe dar a conotação certa.
Terra rica em minerais, animais e vegetais,mas, principalmente rica em alegria e solidariedade. Quando paraense viaja para outros estados, costuma estranhar a “frieza” dos habitantes..porque na nossa terra, vizinho é quase parente e “vamos dar uma força pro fulano” é uma frase muito corriqueira por aqui. Tá…vcs devem estar pensando:””mas, ela não disse logo acima que o povo era mal educado?” Sim, e é mesmo! Mas, sua falta de educação está em não zelar pela sua cidade, por não colaborar para que tudo permaneça limpo e bem cuidado,por não “treinar” seu comércio para “conquistar” os clientes, mas, não pelos habitantes se portarem de maneira indelicada com os visitantes. Nosso povo é hospitaleiro, do tipo que conhece alguém na casa de outro e já chama para um churrasco no fim de semana.
Mercado de trabalho é uma de nossas mazelas “camuflada”  em Belém…porque mesmo com tantas riquezas,o Estado não consegue fazer de sua capital, a cidade das oportunidades. “Doença” de cidade moderna, com mente provinciana…por isso o interior do Pará é menos contrastante e mais “generoso”.
Mas, se tem uma coisa que não admito, é que pessoas de fora, principalmente as que chegam para trabalhar aqui, falem mal da minha cidade, do meu Estado! Oras, é ingrato e repugnante, ouvir alguém, à quem a cidade prestigia o trabalho, ficar falando mal, seja do que for! A única frase que me vem à cabeça, nessas horas é:”porra, se nada presta, tá fazendo o que ainda aqui?” Deveriam pegar suas malas e voltar pra cidade “maravilhosa”, que não os valorizou (porque se valorizasse, eles não estariam aqui, sendo melhor remunerados,né?). Acolhemos com carinho e somos ofendidos em nossa própria região. Isso eu não admito! Porque como todo bom paraense, quero falar das coisas negativas da minha terra, mas, não aceito críticas pejorativas de quem nem filho da pátria é! (acaba sendo filho da p… que não é  a pátria!rsrs)
Minha Belém…meu Pará…hoje e sempre, não importa onde eu vá!

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